"Para fazer uma coisa que não me diverte tenho que
fazer um esforço muito grande."
Obs.: Em 1991, sobre como a militância no PCB lhe tomava o
tempo da literatura. [ Jorge Amado]
"É sério, mas é surrealista."
Obs.: Em 1995, comentando a afirmação atribuída ao
ex-presidente francês Charles de Gaulle de que o Brasil não é um país sério. [
Jorge Amado ]
"Um instrumento anti-social e extremamente
elitista."
Obs.: Em 1986, sobre a obrigatoriedade do diploma
universitário para o exercício da profissão de jornalista. [ Jorge Amado ]
"Continuo batendo com dois dedos e errando muito. Devo
dizer que sou um dos homens mais incapazes do mundo. A lista de minhas incapacidades
é enorme."
Obs.: Em 1988, quando questionado porque não trocava sua
velha máquina de escrever mecânica por uma eletrônica. [ Jorge Amado ]
"Na realidade, o tema da infelicidade tem engendrado
montanhas de livros horríveis, umas masturbações insuportáveis."
Obs.: Em 1988, quando perguntado se o motor da criação
literária é a infelicidade. [ Jorge Amado ]
"Acho que você não deve fazer nada que não o divirta,
lhe dê prazer. Também não deve exercer um ofício, uma profissão para a qual é
incompetente."
Obs.: Em 1988, sobre o fato de divertir-se escrevendo seus
livros. [ Jorge Amado ]
"Eu vou te responder. A minha resposta é a seguinte: eu
acho prêmio em geral uma bestice."
Obs.: Em 1988, sobre o Nobel não ter sido concedido a escritores
brasileiros. [ Jorge Amado ]
"O socialismo não depende de você, nem de mim, nem de
ninguém. O socialismo é a marcha inexorável da humanidade que marcha pra
frente." [ Jorge Amado ]
"Sem democracia não há socialismo." [ Jorge Amado]
"Eu sou muito otimista, muito. O Brasil é um país com
uma força enorme. Nós somos um continente, meu amor. Nós não somos um paisinho,
nós somos um continente, com um povo extraordinário." [ Jorge Amado ]
"Eu acho que o escritor verdadeiro é aquele que escreve
sobre o que ele viveu." [ Jorge Amado ]
"Eu me sinto mal. Porque eu acho que deviam ter 50
escritores mais lidos no Brasil."
Obs.: Em 1988, sobre como se sentia sendo o escritor mais
lido do país. [ Jorge Amado ]
"A novela leva a milhões de pessoas a imagem de
personagens de romance, que ficariam restritas a públicos bem menores." [
Jorge Amado ]
"Vejo somente uma solução para a dívida externa no
Brasil. Não pagar. Não vejo outra." [ Jorge Amado ]
"Infelizmente eu não posso escrever um livro no Brasil.
Para trabalhar eu preciso fugir."
Obs.: Em 1988, sobre o assédio que sofria na Bahia e o
impedia de escrever. [ Jorge Amado ]
"Histórias engraçadas e histórias trágicas. Porém, como
tenho uma visão alegre da vida, guardo, sobretudo, a memória das coisas
divertidas que me fizeram rir."
Obs.: Em 1991, sobre o que iria contar em seu romance
inacabado "Boris, O Vermelho". [ Jorge Amado ]
"O capitalismo conserva-se o mesmo sistema frágil e
injusto, produtor de guerras, de miséria, baseado no lucro, na ânsia do
dinheiro. São razões muito miseráveis."
Obs.: Em 1991, sobre sua confiança no socialismo após a
queda do muro de Berlim. [ Jorge Amado ]
"Mais difícil do que publicar um livro é escrever um
bom livro."
Obs.: Sobre a dificuldade de publicação para um jovem autor.
[ Jorge Amado ]
"Aprendi, nos anos em que estive exilado na Europa, de
48 a 52, uma coisa que o brasileiro sabe pouco, que é responder cartas. Me
custa muito tempo, mas ainda hoje faço um esforço para responder."
Obs.: Em 1992, sobre a correspondência com seus leitores. [
Jorge Amado ]
"Na Europa, chamam-me de mestre, mas é caminhando pelas
ruas de Salvador que eu me sinto à vontade." [ Jorge Amado ]
"O que está acontecendo no Brasil é como uma coceira,
muita gente pensa que é lepra, mas é só uma coceira, vai acabar."
Obs.: Em 1992, ao responder se o Brasil tem condições de
mudar para melhor. [ Jorge Amado ]
"A coisa pior que pode acontecer a um escritor é ficar
cavando prêmios."
Obs.: Em 1992, ao responder se aspirava ao Prêmio Nobel de
Literatura. [ Jorge Amado ]
"Só na Bahia poderia se ver tanta gente festejando um
homem que não é político, fazendeiro, rico, cardeal ou general."
Obs.: Em 1992, sobre o show em homenagem aos seus 80 anos. [
Jorge Amado ]
"Um escritor aos 80 anos está começando a aprender a
escrever."
Obs.: Ao completar 80 anos, sobre o ofício de escrever. [
Jorge Amado ]
"Sou filho da cultura popular da Bahia e da cultura
francesa. Esta é uma das minhas misturas."
Obs.: Em 1992, sobre a exposição em sua homenagem no Centro
Georges Pompidou, em Paris. [ Jorge Amado ]
"A gerente, que nos conheceu bolcheviques convictos e
marginalizados, não entende nada quando vê o Mario presidente e outros,
ministros e escritores famosos."
Obs.: Em 1993, sobre a convivência com Mario Soares na época
do exílio, quando viviam em um hotel em Paris. [ Jorge Amado]
Pobres dos escritores que não se derem conta disso: escrever
é transmitir vida, emoção, o que conheço e sei, minha experiência e forma de
ver a vida."
Obs.: Em 1995, comentando não escrever para ganhar prêmios
quando da sua escolha para o Prêmio Camões. [ Jorge Amado ]
"Mas creio que na França há mais respeito pela
privacidade das pessoas. No Brasil existe carinho, muito carinho, nenhum
respeito."
Obs.: Em 1995, sobre sua mudança para Paris em busca de
tranqüilidade para escrever um novo romance. [ Jorge Amado ]
"Acho que o socialismo é o futuro. A queda do muro
significou o fim de ditaduras medonhas, que existiam em nome do comunismo, mas
não eram comunismo na realidade. Acredito no avanço do homem em direção a um
futuro melhor."
Obs.: Em 1995, quando perguntado se continuava comunista. [
Jorge Amado ]
"Nossas elites são, de fato, extremamente
preconceituosas, não merecem grande atenção."
Obs.: Sobre o preconceito das elites intelectuais
brasileiras com relação à sua obra. [ Jorge Amado ]
"A vida me deu mais do que pedi e mereci. Não me falta
nada. Tenho Zélia e isso me basta."
Obs.: Em 1996, ao completar 84 anos. [ Jorge Amado ]
"Aceitei o convite com muita satisfação. O Cacá é um
diretor muito talentoso. A Sônia é minha filha três vezes."
Obs.: Sobre sua participação no filme "Tieta",
estrelado por Sônia Braga. [ Jorge Amado ]
"Eu não corrigia nada, escrevia apressadamente, essas
coisas de juventude. Mas os revisores colaboravam bravamente."
Obs.: Em 1996, sobre os erros que foram corrigidos por sua
filha, Paloma Amado, em sua obra. [ Jorge Amado ]
"Não escrevi meu primeiro livro pensando em ficar
famoso. Escrevi pela necessidade de expressar o que sentia..." [ Jorge
Amado ]
"Que prêmio a mais pode querer um escritor cuja obra é
lida em mais de 30 idiomas."
Obs.: Em 1997, sobre o fato de nunca ter ganho o Prêmio
Nobel. [ Jorge Amado ]
"Eu continuo firmemente pensando em modificar o mundo e
acho que a literatura tem uma grande importância." [ Jorge Amado ]
"Isto faz com que eu seja hoje um homem muito tranqüilo
diante da vida e diante das coisas, otimista como sempre fui."
Obs.: Em 1988, sobre sua experiência de vida e seu convívio
com grandes artistas e escritores. [ Jorge Amado ]
"Pode haver muita deficiência no livro de um jovem, mas
haverá também nele uma coisa fundamental - a força da juventude." [ Jorge
Amado ]
"A juventude é um bem imenso que você não prolonga. A
juventude se acaba, nem que você queira iludir-se com esse negócio de jovem de
espírito. Jovem é jovem, ponto final."
Obs.: Em 1988, sobre escrever menos conforme o avanço da
idade. [ Jorge Amado ]
"Nenhum crítico ensina ninguém a fazer romance."
Obs.: Em 1988, quando perguntado se aprendeu alguma coisa
com a crítica. [ Jorge Amado ]
"Eu tive mais da vida do que mereci, do que pedi. Sou
um homem muito feliz com a vida."
Obs.: Em 1988, sobre se não merecia o Prêmio Nobel de
Literatura. [ Jorge Amado ]
"Hoje, ser de outra religião que não a católica é um
negócio ótimo, você até pode ser proprietário de rede de televisão..."
Obs.: Em 1991, sobre lei de sua autoria, garantindo
liberdade de culto quando deputado constituinte em 1946. [ Jorge Amado ]
"Quando você morre em um país sem memória,
imediatamente eles te esquecem. Quando eu morrer, vou passar uns 20 anos
esquecido."
Obs.: Em 1991, sobre o ostracismo da obra de Érico Veríssimo
e a produção literária brasileira atual. [ Jorge Amado ]
"Não acredito em literatura latino-americana, acho este
termo muito colonialista. Mas cada país do continente tem sua literatura, muito
boa, por sinal."
Obs.: Quando de sua participação no júri do prêmio União
Latina, em 1991. [ Jorge Amado ]
"É necessário que os países do Primeiro Mundo entendam
que é preciso preservar também cidades como Salvador, não apenas Roma ou Paris."
Obs.: Em 1991, sobre a má conservação do Pelourinho em
Salvador. [ Jorge Amado ]
"O humor não é coisa da juventude. O jovem tem força
criadora, elã, paixão, entusiasmo e ímpeto, uma coisa que depois você tem
menos. Depois você tem a experiência, e o humor é da experiência."
Obs.: Em 1992, sobre a presença do humor na sua obra tardia.
[ Jorge Amado ]
"Mas enquanto houver miséria, enquanto houver Terceiro
Mundo, pode ter certeza, meu amigo, que não haverá paz no mundo." [ Jorge
Amado ]
"Acho que o mais terrível foi a degradação do caráter.
Em relação a duas coisas. Você teve a tortura. Em segundo lugar, a ditadura
institucionalizou a corrupção. Hoje, esse mal faz parte dos costumes."
Obs.: Em 1992, sobre as conseqüências da ditadura no Brasil.
[ Jorge Amado ]
"Para mim, o sexo sempre foi uma festa. Aos 82 anos, a
festa é muito diferente do que era aos 20, aos 50, mesmo aos 60: é uma festa
que é feita da experiência, do refinamento."
Obs.: Em 1994, aos 82 anos. [ Jorge Amado ]
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