Era uma noite chuvosa e fria, estava dirigindo meu carro em
uma estrada muito ruim,já estava acostumada a fazer este trajeto todo final de
semana, para ser mais preciso nas sextas feiras à noite, quando eu saia da
faculdade seguia para casa dos meus pais que ficava a sessenta km distante da
faculdade, mas esse era o preço, ou eu enfrentaria essa viagem ou ficaria
sozinha na republica dos estudantes todo o final de semana.
Eu nunca fui supersticiosa. Nunca acreditei em nada que não
fosse palpável, assombrações nem pensar, sempre achei isso uma tremenda
bobagem. Ainda mais na era da informática acreditar em algo assim...,
Pois bem, eu ia tranqüila, rádio ligado, ia ouvindo minhas
canções favoritas ate que olhei no relógio e vi que faltavam três minutos para
meia noite.
A estrada deserta, a chuva cada vez mais forte, dessa vez me
causou um pouco de medomas, eu não tinha outra escolha a não ser, seguir em
frente, quando derrepente o carro desgovernou por completo, pois um dos pneus
estourou.Andei mais um pouco, consegui controlar o carro. Parei no acostamento
Escuridão total. Meia noite em ponto, um medo imenso se
apoderou de mim. Mesmo com o coração aos saltos eu saio do carro com um
guarda-chuva que insistia em ser levado pelo vento. Poderia ficar ali um bom
tempo que nao veria um carro se quer passar. Alguém teria que trocar o pneu, era
eu ou era eu, não tinha escolha. As lágrimas do medo escorria em meu rosto e se
misturava com a chuva. Quando abri o porta mala para pegar o estepe senti uma
mão pousando em meu ombro... E quase num sussurro ouvi,
__ Eu faço isto pra você!
Naquele instante eu já nao sentia mais nada, nem medo nem
susto. Fiquei ali olhando para o meu benfeitor que surgiu, não sei de onde,
pois não havia nada por ali, nem um carro parado, mas nada mesmo.
Era bem jovem, habilidoso, em poucos instantes ele trocou o
pneu do carro. Foi aí que tive a idéia de pegar na minha mala, uma toalha para
ele se enxugar, visto que a chuva não dava trégua, mas surpreendentemente
quando voltei com a toalha ele já havia desaparecido. Fiquei perplexa. Olhei ao
redor, não via nada. Entrei no meu carro e segui em frente.
Na manhã seguinte, enquanto eu tomava o café da manhã com
minha mãe, que fazia questão de preparar sempre com um delicioso bolo de milho,
pois ela sabia que eu gostava muito, vimos no noticiário local que um jovem
havia se envolvido em um acidente de moto, e qual não foi minha surpresa quando
vi que o jovem era o mesmo que me ajudou na estrada. Minha mãe tentando me
acalmar, com toda naturalidade me disse;
__ Filha, os anjos estão em todos os lugares!
HELENA DE PAULA !
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