terça-feira, 9 de abril de 2019

A dona da boca



É quase como ar
Que preciso respirar
Levando-a abstrata
A inundar-me o corpo

Tão sem saber da vida
Que preenche arredia
Faz ser fascinante o dia
Não sem antes ser poesia

De inúmeras falas brejeiras
É mulher iluminada de sol
Devota a despir-se tranquila
Dos medos da chuva caída

Como alegria vem incontida
Transgredir minhas feridas
Empolgar sonhos tingidos
De rubros sentimentos reais

É patroa é a dona da boca
Meu vício entre seus suspiros
O desejo de correr os riscos
De morrer em seus mamilos.

 Flavio Castorino           

        

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