sexta-feira, 26 de abril de 2019

Ode à ignorância



Permanecer com a cara no muro
Esperar por você.

Olhar o luar na noite clichê,

Comprar a enciclopédia Barsa,
Viver uma farsa de erudição
Os olhos volver.

Insinuar que há arte na TV
Priorizar a sabedoria
Entender o significado
Sem compreender o porquê.

Perguntar pelos que se vão.
Esperar pelo entardecer.

Chorar aos berros na noite,
Ignorando o sol a nascer

No amanhã.

Capturar tudo que se vê,
Tirar selfies em templos sagrados
Ignorar tudo que se move
Em volta de você.

Fomentar ilusões em submundos,
Projetados por mídias porcas.

Conviver com os porcos,
Idolatrar águias,
Agir como cães,
Ensinar humanidade aos doutos
Do poder.

Revolver os grudes das paredes
Psíquicas dos horizontes dos deuses,
Não invocados.

Ser taxado, rotulado,
E assim permanecer.

Embriagar-se nas noites,
Bradando teorias às pestes
Da escuridão e das trevas
Pensando ser a luz da razão.

A simplicidade dança ciranda
Com o ser.

Milhões de olhos tortos não brilham
Por amor.

Quiçá por fama, cama, luar
Ou similar.

Leva-me ao alto do vácuo
O pássaro do amor.
Sinto com o cérebro carnal,
Raciocino com o coração
Sou paradoxo,
Sou ortodoxo,
Sou real mensagem

Que passou sem ninguém ver.
ACM

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