De repente
eu salto
e tomo de assalto
teu corpo.
Teus beijos irrompem súbito,
lâminas perpetrando a chaga
no silêncio
impossuído.
Testemunham-nos as cortinas velhas,
nos proibindo a lua.
De repente
eu caio
e teus olhos me ferem
com ternura.
De teus dedos frios,
sob o carinho pálido do abajur,
eu vejo surgir garras
vencidas.
Luto,
lutas,
e nos derrotamos.
De repente
a grande consciência da vida.
– Amor?
Depois, lá fora,
a lua sorri com indiferença
do meu corpo insatisfeito.
Otto Leopoldo Winck
Poeminha do meu primeiro livro, o pré-histórico "Flor
de barro"
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