sábado, 6 de abril de 2019


O que se tem à porta do poema
um manicômio aberto ao genocídio
o escárnio dos pássaros
avessos aos rituais
um nome de batismo que sangra
na boca costurada pelo amor
o amor que sabe das correntezas
casernas
e deflui da solidão -
contínua emancipação de ninguém
o amor de um bezerro às tetas do poema
a água de escassos recursos
para a selva do hálito
sapos alagados coaxando ao além

chove às portas de um poema.
RTD

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