sexta-feira, 5 de abril de 2019

Inteligência sacerdotal




De sóis bemóis, ou rouxinóis
Em seus quintais, forjada graça
Na vastidão do desejo desmatada
Sede de horizontes se espraia
Em ribeiras de contingentes esféricos
Do senso entabulado e criptografado
Por odes aos astros inanimados
Se compreende o vazio, sim, oh!
Se projeta a estatística de singularidades
Que explodem ao sabor do caos.
E de vãos os verbos se desusam
E abusam a condição sintática,
Para forjar a piedade semântica
Uma lógica temporal imagética
Matemática do idioma
Rumando para o bolso de um paradigma
Prostituto no seio da pátria amada.
Elevarei meus eleutérios versos
Por sobre os candelabros dos escarros
Estapafúrdios,
Em ritos cadavéricos de aludir à derrota
De volta ao narcisismo da significação,
Em significar, simplesmente,
Se vai, escorre, sabedoria,
Para o ralo
Da civilização pós-moderna.
ACM




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