Os anarquistas
Não são um por cento, mas acredite existem
Grande parte são espanhóis, ninguém sabe porquê
Nem mesmo na Espanha os compreendem.São os anarquistas
Colecionam de tudo
- Insultos e Sarros -
E quanto mais eles gritam
Mais fôlego têm,
Há neles o peito encouraçado
Por um sonho desesperado
E as almas corroídas
De idéias fabulosas.
Não são um por cento, mas acredite existem
Filhos do muito pouco ou de origem obscura
Nem sempre os vemos, quando atemorizam
Eles tem ferido
Assim como são feridos
São os anarquistas.
Mil vezes morrem
Como é indiferente
Com o amor no punho
Por muito ou por nada
Despertam um motim.
A vida lhes arruina,
E pressionados
Novamente se mobilizamEles tem ferido
Assim como são feridos;
Quem desce as estradas e não os esquece
Não são um por cento, mas acredite existem
Mesmo quando lhes chutam o traseiro
Estão a recomeçar
Possuem bandeiras negras
De suas esperanças
E a melancolia
Como parceira de dança;
Facas
que repartem
O pão da amizade,
E do sangue purificado
lavam a sujeira.
Não são um por cento, mas acredite exitem
Apertados uns com os outros.
E se você não acredita
pode derrubá-los ,
mas permanecem de pé
são eles, os anarquistas''
Leo Ferré
(tradução: Tullio Stef. Sartini )
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