sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Remate


O trigo de fora a fora na propriedade de Ismael amadurecia, começava a amarelar. Clélia falava de seu ex-marido e das mechas nos cabelos que teve que fazer. O motivo? ele gostava.
Naquela tarde tinha voltado da cidade. Um carnê na mão dentro de um saquinho de plástico. Oh vida! Sentou-se no banco em frente da casa.
Altos pensamentos? perguntou Ismael. Clélia não disse nada, gritou para alguém lá de dentro da casa que trouxesse um copo com água. Tem horas que dá um terecoteco. Eu acreditava amá-lo, mas o amor perdeu-se no pó dos dias. Tempos idos onde a alegria brilhava nos meus olhos e, hoje, o vi atravessar a rua. O que me fez gostar dele? Pergunta sem resposta. Mano, a vida tem coisas que só deus pode explicar. Mas vamos embora que amanhã é dia de colheita e cada um deve cuidar do seu próprio plantar.

  De Mara Paulina Arruda.

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