domingo, 30 de setembro de 2012

VALE DE LÁGRIMAS



eu gosto de vocês
mas não precisam se preocupar comigo
o meu caixão vai andando sozinho até o cemitério

a terra abrir-se-á  para me receber
canelas juntas
como semente a meus pés
o par de cordas vocais esticadas na garganta
não tem nada a dizer

toda vida é um mistério
não tem nada a dizer
que a gente leva a vida toda
e não consegue desvendar
pois o caminhar equivale a um vale de lágrimas nada além de um lampejo
apenas um desejo
alguém pagando mico pro realejo
                Tenho pela frente a vida inteira
mas por favor
um passo de cada vez
faz bem pra saúde do meu coração
tão sofrido de amor

hoje depois de tantas flores que lhe mandei
versos que eu lhe dediquei
eu sei por que meu coração
bate infeliz quando te vê
vendo você fazer um sobrolho pensativo
como se estivesse diante de um morto vivo,
uma alma penada,
sem lembrança do tempo em que foi feliz

 antonio thadeu wojciechowski, octávio camargo e bárbara kichner

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