De Mara Paulina Arruda
Sabe a terra? Tava daquele jeito um pouco verde, um pouco
marrom. Uma fina camada o vento empurrou e veio parar nos meus olhos.
Com isso vi de longe o Zé, irmão de Karol, que nosso senhor
Jesus cristo a guarde. Ele e ela um dia enveredaram de disputar comigo a guarda
dos livros. Meia dúzia. E eu, no caso de um dia faltar vida adiantei a guarda
dos livros. Tá. Era uma biblioteca pequena. Nem sei se esse era o nome. Talvez
minibiblioteca. Assim escrito, tudo junto pra usar menos o espaço deste texto
que é quase um bilhete e, por favor, não levem ao pé da letra. Nós tínhamos que
entregar os ditos livros na capital. Sabe como é que é: Daí veio a Karol e quis
tocar piano no dia da entrega. Ah, como inventava coisas!
Daí, o sol foi se pondo e ela terminou de tocar Bach. Que
beleza. Entregamos.
Os livros todos amarrados com uma cordinha que lembra a cor
da terra, aquela que veio nos meus olhos, no início, narrando.
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