Seminuas vendem sabonetes e o mar azul-da-prússia de
paisagens recortadas de cartão-postal. Movimentos sinco-pados de ancas revelam
saliências epidérmicas ao som da música melíflua de oboés. Jatos d’água
escorrem pela con-cha do umbigo sob o céu cocainado, longe de estrias e da
micose que avança nos pés. O verde em alta definição da folhagem oculta o sulco
espesso da cavidade e atrai suspi-ros plásticos, romanescos, fluindo como
sangue menstrual. Súbito, assoma a logomarca com a inocência animal de uma
máquina de calcular. Iates e sol jamaicano anunciam o no-vo capítulo da novela.
Seminuas têm medo de barata.
Claudio Daniel
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