Porque a hora é violenta e tudo esmaga, abrir cabeças
de serpente.
Há o verde sonoro
de metais;
há o roxo
da flor
cujo nome
ignoramos.
Dedos rugem
escura perplexidade;
arcos rebentam
bicos
de pássaro.
Sou anfíbio,
e calo
o que me apavora.
Onde viajar outros dias possíveis?
Como
extirpar
essa desolação?
Eis o inevitável
campo
de batalha;
eis a letra inverossímil, vermelho
decapita
amarelo.
Sinceramente,
confesso
meu pesar:
quando ponteiros corroem pulsos,
povoar
mandíbulas
para corvos.
A hora é violenta e o medo em escamas
arranha
a pele
da voz.
Explodir palavras-de-argila;
degolar
leões
de pedra
(ignotos);
mutilar
a escura epiderme,
em chuva
azul-
de-agonia.
Tudo
por um
nada
soando crânios e trompetes,
cortando (súbito)
o branco-
cinza
da manhã.
— Sri Baghavan uvaca:
Yam hi na
vyathayanty ete
purusam
purusarsabha
sama-duhkha-sukham dhiram
so ‘mrtavaya
kalpate.
Claudio Daniel
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