Não conhecia as cores
Vivia num lugar que semeava a escuridão
Era levado por vozes entrecortadas
Sombras dançantes de árvores fossilizadas
Eu descia dos longos troncos das sequoias do norte
E tentava segui-lo de longe, tão longe quanto
estamos agora de nossos pais
Era uma batalha encontrá-lo naquele lugar
Eu gritava pelo seu nome que ecoava em submundos divididos
por escolhas
Eu tinha medo das pessoas que pensavam em suicídio e
atravessava a rua ao pressenti-las aproximando-se com seu ponto final cravado
na pupila
Um dia, finalmente o encontrei e foi a última vez
que nos vimos
Ele havia se tornado um pássaro estranho e o seu
espírito não reconhecia mais com o meu
Separamos as nossas solidões e eu voltei para
as sequoias que sabiam me presentear com todas as cores do
sol.
Alexandra Barcellos
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