“Todas as coisas que me rodeiam são raízes. A jabuticabeira
que deve ter quase cem anos, a caramboleira, os baús, os móveis e todos os
objetos antigos não são uma forma triste de memória mas uma afirmação de que,
num crescimento espiritual, num crescimento humano não podemos jogar nada pela
janela ou no lixo. Não podemos jogar fora as raízes - elas nos preservam e elas
se preservam conosco, na memória ou dentro da terra, seja onde for, mas elas
também nos projetam porque, à medida que elas se preservam na terra, elas
crescem fazem a gente crescer, como uma árvore. O homem é uma árvore que abriga
amores, lembranças, outros seres, uma árvore que dá sombra e luz, e é para isso
que a gente nasceu, fundamentalmente. Isso eu aprendi, é claro convivendo com
meus pais e também com os vizinhos, que tinham maneiras semelhantes de viver e
conviver, maneiras simples mas definitivas.”
- Lindolf Bell, em “entrevista” à Fundação Catarinense de
Cultura. Publicado: em “Lindolf Bell: estudo biobibliográfico: antologia”.
(Escritores catarinenses - Série hoje nº 2). Florianópolis: FCC, 1990.
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