Alexandra Barcellos
Durante a minha adolescência eu frequentei uma escola, na
cidade de Foz do Iguaçu, que ficava muito próxima ao rio Paraná.
Era uma sensação libertadora poder olhar pela janela e ver
aquele mar de rio descendo em outra direção.
Eu havia aprendido que ele estava entre os mais longos rios
do mundo e passei a admirá-lo de várias partes da escola.
Na hora da fila, antes de entrarmos na sala de aula,
tínhamos que cantar o Hino Nacional e quando entoávamos “gigante pela própria
natureza” era para ele que eu olhava.
Da biblioteca dava para ver a mancha que ele deixava em suas
margens, logo após o período das chuvas, quando voltava ao seu nível normal.
O meu lugar preferido para vê-lo era do gramado diante da
quadra de esportes e muitas vezes, eu, ficava lá, bem parada, apenas
contemplando-o.
Foi o Rio Paraná que me ensinou a esperar pela passagem, boa
ou ruim, de todas as coisas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário