quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

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enquanto sangro sancho nada se define
nem o corpo em chamas sabe porq se queima
então basta pisar mais e mais as pedras no sapato

é preciso q vc entenda sem fim essa minha fome
me coma sempre aos pedaços pedaço por pedaço
e não me deixe acordar não me deixe so no escasso

enquanto sangro sancho nada se define
nem mesmo meus olhos brilham no escuro
nem minha lingua de cobra continua afiada

ve esses raios roendo as vidraças e a madeira
a noite batendo como se fosse a tempestade
amigo sancho a tempestade não é treva

enquanto sangro sancho nada se define
por isso não adianta deixar de te esganar
não adianta soltar tua voz tua vida logo agora

sairemos daqui com os olhos bem fechados
mesmo q gritem em nossos ouvidos com o terror
mantem sancho esses olhos sempre bem fechados

enquanto sangro sancho nada se define
uma hora e veras o rancoroso silencio e o giro
dos pes perdidos na mais estranha e doente ordem

não trema nem se espante porq nada é misterio
nada se furta a carne aos olhos aos dentes
nem aos dedos esse esperma das messes maiores

*Alberto Lins Caldas

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