quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Nervuras na folha, inscrições; imprecisas cifras
de nuvens,
étoiles, epitélios:
tudo é número.
(Sou o tempo, disse-me
com lábios
de sal, ao encantar-se
em labirinto.)

* * *

Rastro de noites que se fundem em palavras
como jogos marsupiais;
piscina selvagem onde recolho
os despojos de meu rosto.

* * *

Seria
o movimento
da memória
erigindo arquiteturas
de pele
em cada cena
vívida?

* * *

Tempo talvez
de reconfigurações?

* * *

Música, libações, dança, dança, dança.

(O esquecido de si vaga sem nome; é feliz como a tartaruga que mergulha a cauda na lama do rio, distante de aforismos e protocolos imperiais.)
Claudio Daniel

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