Há um vocabulário do verde,
inumeráveis ecos do teu verde
que se desdobram na noite estrelada:
olhos-pés, olhos mãos, olhos-boca, olhos-peitos, olhos-nada.
Cada letra de teu nome tem a sua própria cabeleira,
denso alfabeto que incita à iniciação no segredo de teu
segredo.
Tua sombra segue minha sombra em cada passo mínimo.
Qual desmesura
da anfíbia superfície?
Que alfabeto de poros
nessa esfera cúbica?
Em que tempo essa imagem
tatuou-te de ocelos?
Quais fraturas,
Que nós de água desatados?
No inverno
branco e atonal,
calêndulas e nardos
inventam seu próprio
mapa-múndi.
(O Tao é similar a um quadrado infinito, sem ângulos; a uma
esfera que contempla a si mesma; a um mágico diagrama no alaúde do músico
cego.)
Claudio Daniel
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