● não serve a nada de nada um cavaleiro ●
● ficar em casa sereno no meio da meninada ●
● conversando potoca com a empregada velha ●
● não imponho nenhuma lei a esses selvagens ●
● por q nada soma e se dorme e se engorda ●
● e não se ve nenhuma mudança q valha ●
● tou inquieto e assim não sorverei da vida ●
● nem mesmo a ultima gota a q não gozarei ●
● por q nada disso me faz bem ao figado ●
● não serve a nada de nada um cavaleiro ●
● com uma tal navalha inquieta no pescoço ●
● isso de querer a vida e so fugir e se esconder ●
● sofri e sofro muito como todos ao redor ●
● porq sofrer faz parte tanto em terra firme ●
● quanto inteiro ou arrastado nos cinco mares ●
● essas negras terras tão irritadas e nuas ●
● sem elas me transformei em mim e so ●
● errante quase sempre nesse duro impulso ●
● não serve a nada de nada um cavaleiro ●
● q nada viu nada conheceu nada gozou ●
● da vida do poder do pecado e dos ruidos ●
● agora é a vida larga cidades e meganhas ●
● logo eu q não sou parte nem faço disso ●
● nas margens meu largo cavalo de batalha ●
● nada inexplorado nada q se afaste e brilhe ●
● sem se saber origem e destino e a tolice ●
● q a tudo cerca e invade ate o fim e alem ●
● não serve a nada de nada um cavaleiro ●
● daquela maneira derrubado na cama ●
● sonhando com cavalos inimigos e bestas ●
● a comida o vinho escuro conversa q trama ●
● queimar tudo fazendo mudar noite em dia ●
● porq a treva vem e se fica na mais clara luz ●
● agora sim tudo se move quando me movo ●
● e nos movemos pro inescapavel sentido ●
● como se viver fosse muito mais e melhor ●
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Alberto Lins Caldas
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