Vem, coração assustado, acalma teu ritmo
Há desesperos que surgem mesmo em dia claro
Formigas marchando entre flores
No enterro de um besouro, que há pouco zunia,
O motor das asas tonto ainda de alegria viva
Não gaste tua potência com superstições de datas
Esteja atento à fonte de silêncios que seus olhos gritam
Esse misto de alegria desesperada
Um tesouro desperdiçado junto a fezes de bichos
Cuja existência delira entre noites de festa e manhãs azuis
mergulhadas em angústias químicas
Tua figura emoldurada de sons
Dança em torno da árvore onde um deus chora cristais de
tempo
Aquieta-te e sonha sem medo
Tua força atrai fraquezas que exaurem teu amor mais puro
Mas a fonte nunca estanca
E as nuvens, ao rasgar-se e recompor-se,
Maquinam verdades que nenhuma obscuridade poderá sufocar
Pois sabem mais de ti do que os inocentes que sufocam tua
luz
Assionara Souza
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