"Geisel, após chegar em casa, trocou a roupa, foi à
cozinha comer alguma coisa, se sentou um pouco na sala e se direcionou ao
quarto, seu local favorito. Pensava, ao olhar aquele espelho grande, em como o
ganhara. Seus pais, antes de ele vir para Uberlândia, disseram-lhe para
trazê-lo. Tinham-no comprado numa dessas lojas de móveis antigos, numa viagem
ao Rio de Janeiro. Acharam-no lindo e instigante. Geisel tinha dez anos quando
compraram o objeto numa loja do Rio. Agora, ele foi ao som e colocou uma música
da Ivete Sangalo, deitou na cama e, embalado pela melodia da canção, olhando
distraidamente a moldura desgastada do espelho, pensava em Jéssica. Achava que
ela tinha sido a melhor coisa que acontecera em sua vida. No dia seguinte,
sábado, acordou cedo e foi ao shopping trabalhar. Chegou em casa às seis da
noite. O seminário começaria às sete. Precisava se arrumar rapidamente. Desde
quinta-feira não falava com Jéssica, por isso, ao tomar banho, se vestir,
pensava nela... Durante toda a tarde, tentara se comunicar com ela, falar-lhe
do evento acadêmico no sábado, mas não a encontrara. Pelo telefone sua mãe
dissera que Jéssica havia saído. Mas Geisel, agora em casa, não se preocupava
em não tê-la encontrado, pois pensava nas últimas palavras ditas, estranhamente,
na quinta-feira, último dia em que se falaram: Eu te amo, viu? Nunca deixe de
acreditar nisso – e desligara o telefone. Falara meio soluçosa"
>>> Capítulos importantíssimos do folhetim Meus
olhos verdes: http://bit.ly/NGUNW8
Rogers Silva
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