domingo, 4 de dezembro de 2016

Palavra em voo

Escrevi isso depois de ler Ferreira Gullar anos atrás. Já era um dos grandes para mim e participou ativamente de minha formação cultural. A ele, para que saiba...

Palavra em voo

(para Ferreira Gullar, 1995)

Encanta-me a dor da pane
Pássaro abatido
Que não mais levanta
Esfrega-se na pedra
Com a coceira infinita
De não pertencer mais
Aos céus
Rezo em seu nome
A reza fresca de um Deus
Distante
E bato meus braços
Que escrevem
Em vez De voar
Liberdade, liberdade
Meu céu é a poesia

José.Mattos Neto

Belen. Pará

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