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> Como pessoas comuns podemos rir de muitas coisas que
lemos e são superficiais, tolices, piadas...mas quando compartilha com um grupo
que se especifica dentro de um título de saber, a coisa se aprofunda! Se uma
pessoa, por exemplo,conta-se entre psicólogos, qualquer auto-ajuda será tratada
como tal, exceto psicologia. Será pouco provável que circulem entre esses
pares, textos de qualidade inferior ao que o conhecimento sobre o qual se
debruçaram admite leitura, interpretação, pois passa a haver quase que
automaticamente, uma exigência qualitativa de salto maior.
> O mesmo, seria de se esperar, deveria ocorrer num grupo
de pessoas que se interessa pelas letras, pelas palavras, pela literatura. A
leitura de textos deveria passar por um crivo diverso do que usamos quando
estamos "leitor comum". Subliminaridade, intertextualidade,
singularidade estilística, o tratamento do tema, enfim, para dizer o mínimo, se
é o caso de leitores interessados pela literatura mas sem formação em letras ou
disciplinas correlatas, seria o pouco razoável
> na escolha de textos e imagens para circulação entre
tal grupo.
> Para ficar ainda mais claro, a seleção de textos passa
pela capacidade perceptiva do leitor enviante e demonstra para seu interlocutor
sua profundidade interpretativa. Primeiro, de quem o lê; segundo, do quê e o
como ele prórprio lê. O leitor depende menos da quantidade de leitura do que da
demonstração daquilo por onde ele escoa sua fruição e gozo. Se sempre ri de
texto simplório, seu riso o acompanha a esse lugar. Se geralmente se comove por
uma banalidade, ali habita uma boa parte da carga emocional que comporta.
> Considero muito importante a presença do leitor comum
se avizinhando do leitor de suas especialidades. É ele quem permite aberta uma
porta para o fora do comum, por incrível que pareça! Pois é através dele, que
pode ser o simples curioso e inicia a leitura de "uma qualquer
coisa", à partir dele é que chega o tempo do "leitor
aprofundado" que vem com a experiência. É através dele que também se pega
qualquer papel com letras num poste, numa revista esquecida no banco ao lado e
fazemos a leitura de algo que pode ser a grande idéia daquele conto
> do escritor certo! É, mas podemos lembrar dele também
como um estrangeiro que conhece pouco o idioma de outra terra que, nos
encontros do que ler à partir das palavras conhecidas, pode trazer à mente
propagandas reacionárias,equívocos distantes da humanização e até bobagens tão
inúteis que quando trazem algo pode ser a perda de tempo!
> Por isso, apesar do carinho com que trato o leitor
comum em mim, sempre verifico o trinco, pois a porta por onde ele passa leva a
um corredor por onde se pode percorrer muito mais chão!
> Sempre gostei de pegadas na areia!
> Obrigada pela leitura!
> Maria José de Menezes
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