terça-feira, 6 de dezembro de 2016

O crime silencioso do demiurgo Vulturino



O critico  crítico   cri-cri
gri-gri atrás do arbusto
de tocaia no deserto;
a  gritar crises
a despejar pedregulhos
a provocar   engulhos
pela afetada ostentação de vazio
zomba babando   saberes ausentes
de alma criadora
só constrói a ruína
e ri  o cri-cri  a crocitar
na esquina.

Na quina quebrada  atento  a forma
deforma.

mal pronuncia  o prenúncio do gênio que cria
a cria o cri-cri mata 
assassina o feto  no útero  da idéia.
arranca a dentadas o prepúcio  se fazendo de mohel.

crocitando o corvo a voar
voandosobre a cova 
reclama  da safra de milho
só sabem contudo
plantarem cadáverese deles
se alimentarem.

cadê o milho?
o espantalho furtou
e o corvo?

vôou para o México
lo dia de los muertos. 
Era um abutre disfarçado.
Carajo!! 


             Wilson Roberto Nogueira

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