O critico
crítico cri-cri
gri-gri atrás do arbusto
de tocaia no deserto;
a gritar crises
a despejar pedregulhos
a provocar engulhos
pela afetada ostentação de vazio
zomba babando
saberes ausentes
de alma criadora
só constrói a ruína
e ri o cri-cri a crocitar
na esquina.
Na quina quebrada
atento a forma
deforma.
mal pronuncia o
prenúncio do gênio que cria
a cria o cri-cri mata
assassina o feto no
útero da idéia.
arranca a dentadas o prepúcio se fazendo de mohel.
crocitando o corvo a voar
voandosobre a cova
reclama da safra de
milho
só sabem contudo
plantarem cadáverese deles
se alimentarem.
cadê o milho?
o espantalho furtou
e o corvo?
vôou para o México
lo dia de los muertos.
Era um abutre disfarçado.
Carajo!!
Wilson
Roberto Nogueira
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