sábado, 24 de dezembro de 2016

Luta


    O cérebro pulsava
    pulsava os punhos
    o pulso

    As falanges em lança
    abriam e fechavam
    estalando dores

    Lembranças salmouras
    mão fechada de puro
    músculo

    diástole e sístole na avenida
    venal frenética de incêndio
    de chamas liquidas
    infernais,
    nadando em correntes
    elétricas
    nos micro-fios desencapados
    das sinapsis.

    Aquele espírito gritava
    pulsando
    vida.
    Enquanto o corpo ordenava:
    Respire morte.

    Na batalha de espectros e
    luzes
    sob as cortinas daquela
    ópera humana
    húmus humanos
    A carne se consumia
    alimentando-se
    dos seus excessos e
    sonho excelsos.

    De uma mulher só
    só uma mulher só
    presa por
    oito tubos
    por oito meses...
    no nono deu a luz à
    Liberdade

    levantou âncora do
    Purgatório.


          Wilson Roberto Nogueira

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