É sobre o silêncio
a compostura, o prumo
e o enveredar pra vida
sem a regalia
de aferir o rumo.
E sobre a soltura
o lastro, o cimo a iguaria
preferida, o temperar
constante infindo,
que é Sabedoria.
Então eu me aproximo!
E o mais me escapa
entre o valor da paciência
e a humildade que encapa
na clarividência.
Algo sobre o orgulho,
o ermo, o menosprezo
alheio, e o limite; a poda,
o feio, a parte deformada
e o todo enfermo.
É sobre micro, macro
universos implodidos,
meditação, despojo
e os versos e reversos
escandidos.
É sobre saber, intuição,
o estômago e a fome;
sobre o digerir,
a gestação, o âmago
e o meu nome.
Sobretudo a compostura!
O zelo! A pálpebra
e a claridade, ser e estar,
a estrutura e o lar
o universal e o particular
Salienta o silêncio,
o som, a poesia, a fervura,
o caldeirão, a temperança ,
a ira, o ritual, a dádiva
e a bruxaria.
É sobre um tudo,
e um nada que resulta
da ruminância
e o regurgitar sonoro
de uma alma estulta.
É sobre o legado
o descompasso, a prece
a messe, o entremeio;
sublimação, e o passeio
deste a outro estado.
Sim, é a eternidade,
o bem, o belo, o bom,
o ambíguo e a palavra,
o amplo e o exíguo,
receptáculo e larva.
Einstein e relatividade!
É. Quando um anjo adeja
há vórtices, derramamento,
e entrevê-se a trama,
o fio, a fortuna, o rodízio
O anjo passa
E a graça lampeja
chama e topázio
nos olhos da moça
Iriene Borges
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