Pouco, rasgado na nuca. E pequena. Fácil e certo seccioná-la
em pedaços. Bem miúdos. Estratégico reduzir a semelhança no desarranjo das
partes. Começo entre as maçãs e as sombrancelhas, traço que nunca reparei mais
incisivo. Sempre me detiveram pálbebras
encavadas numa profundidade insidiosa de onde salta a indiferença, brancura
mortiça a acuar a íris. Separo o nariz,
esnobe no conjunto. "A desproporção transmutada em charme numa moldura
chanel" penso ao medir o queixo, talho seguinte. E é nessa deixa que o
cabelo sutura o gesto e propicia o lapso no qual ela escapa. A muralha de MDF é intransponível quando a
graça diminuta ruma à saída, alheia ao
meu olhar afiado. "Tem esse corte aquela que ocupa meu lugar" grito
no oco que era antes meu interior. Cinco séculos caberão num segundo até que
uma voz recolha meus cacos do balcão.
Iriene Borges
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