domingo, 1 de outubro de 2017

Amor abstrato...


Reluz ao vento um tom de mil saudades
E pra posteridade levo comigo esse amor.
Já não sei se é tarde, mas a cumplicidade,
Em intensidade já me desmoronou.

Amor abstrato que moldado em um retrato,
Já não me diz mais claro quem eu sou.
E se desse amor revivo o meu passado...
Tão atirado e solitário, pensativo estou.

Ah, se no meu porto atracasse o tempo,
Seria um Rei, mesmo que por um momento...
E te traria de novo inteira pra mim.

Ah, se o tempo me fizesse forte,
E quem sabe ladeado pela sorte...
De novo, sentir seu cheiro de carmim.



 Nelson Rodrigues de Barros



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