uma canção cujo soar se acaba
numa nota clara e até dissonante
o acorde fidedigno da noite
fala quando se cala a boca toda
a música se revira na memória
de tanto cantar a vida simplória
entre amantes de natureza dúbia
que no escuro do quarto são só fúria
a tudo a morte pode ser a cura
daquela mentira que nos inunda
e mesmo de uma paixão infecunda
beba a melodia eu bebo veneno ou
o remédio amargo do amor eu sou
antes que a chuva chova eu faço sol
William Tecca
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