domingo, 1 de outubro de 2017

do insondável e insone poeta musgo de carvalho



uma canção cujo soar se acaba
numa nota clara e até dissonante
o acorde fidedigno da noite
fala quando se cala a boca toda

a música se revira na memória
de tanto cantar a vida simplória
entre amantes de natureza dúbia
que no escuro do quarto são só fúria

a tudo a morte pode ser a cura
daquela mentira que nos inunda
e mesmo de uma paixão infecunda

beba a melodia eu bebo veneno ou
o remédio amargo do amor eu sou
antes que a chuva chova eu faço sol
William Tecca


Nenhum comentário: