sábado, 7 de outubro de 2017

ezequiel


● sou eu q subo a porra daquele morro ●
● dizendo encalacrada se pelo menos ●
● no barraco eu tivesse um macho ●
● com caralho de jumento ●
● depois dele me chupar e chupar ●
● gozando feito cavalo e eu gozasse ●
● nessa merda de pais q nunca existiu ●
● sou eu q lavo a casa deles desde ●
● o começo do vamos nos lascar ●
● basta olhar pra ver q sou a coisa ●
● q faz essa gente todo dia respirar ●
● faz essa gente ter o q cagar e mijar ●
● ?como seria diferente outra coisa ●
● nessa merda de pais q nunca existiu ●
● sou eu q arrumo a casa deles ●
● tiro a areia do deserto dessa gente ●
● gente asquerosa q so faz rasgar ●
● o cu da gente e aumentar o deserto ●
● como bolo seco desses bem ruins ●
● gente sordida q da asco e fede fede ●
● nessa merda de pais q nunca existiu ●
● sou eu q passo e lavo e sujo e lavo ●
● os panos as roupas dessa casa toda ●
● como se lavasse as merdas e o mijo ●
● dos meus filhos eles dizem e repetem ●
● porq berram dizendo q assim sujo ●
● o q limpo q so faço merda na merda ●
● nessa merda de pais q nunca existiu ●
● sou eu q cozinho na casa deles ●
● enquanto eles gritam q bosta aguada ●
● comer isso é o mesmo q comer esterco ●
● enquanto eu lavo os pratos lambidos ●
● apanho os restos das bocas sob a mesa ●
● enquanto berram ?por q não come isso ●
● nessa merda de pais q nunca existiu ●
● sou eu q varro a casa jardim e quintal ●
● a merda dos cães como limpa o cu ●
● eles berram enquanto varro a frente ●
● penso q assim vão viver meus filhos ●
● num barraco nessa dor nesse sem fim ●
● no resto de porco q escorre la na rua ●
● nessa merda de pais q nunca existiu ●
● sou eu q jogo o lixo enquanto eles ●
● berram pra bem longe e eu ando ando ●
● pra longe toda noite pro meu barraco ●
● com o lixo deles e espalho aqui dentro ●
● entre filhas e filhos o cão e o macho ●
● bebado sem caralho de jumento ●
● nessa merda de pais q nunca existiu ●
● fico aqui pensando ?por q servimos ●
● essa gente ?por q não assamos todos ●
● no mundo como galetos e chupamos ●
● os ossos bons pulando leves e violentos ●
● sugando o suor a vergonha q nos cria ●
● todo dia como deuses de merda e ouro ●
● nessa merda de pais q nunca existiu ●
*

 alberto lins caldas

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