terça-feira, 17 de outubro de 2017

O filósofo


Quando penso nos tempos de outrora
Meu olhar se perde em desventura
Triste vejo o vago desta hora
Sou um lago sereno de amargura.

Minha boca não sabe de outro beijo
Sem desejo ativo morto - vivo
Sou um vulto pálido doutro tempo
Que saiu de algum livro asombrativo

E se choro as lágrimas são de plástico
Quando batem no chão ninguem escuta
Sou filósofo, não sei de metafísica
Alma tísica à espera da cicuta.


Do quase possível.

A ideia de um mundo quase possível
onde as flores falassem,
e que as mulheres fossem só perfume.

No quase possível os homens não falariam de paz,
não! Apenas viveriam em paz... Sem ditador
sem guerra ou discidentes.

A praça seria dos namorados
e não dos meninos abandonados.

Em um mundo quase possível
poetas não morreriam,
se encantariam...


 Evan Do Carmo 

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