(A Marcelo Sandmann)
Como conter a embriaguez do vinho
No curto espaço temporal de um verso?
Como reter um traço em pergaminho
tão sutil que se esboroa em tempo adverso?
A arte é uma Dama que distrai a morte
Enquanto se atira aos braços da vida.
Não seja o verso entregue à pura sorte,
Nem surja apenas do suor da lida.
Que nele circule a seiva das veias,
Espesso fluxo que num corte jorre;
Mas tenha o rigor e a trama das teias,
E inspire lucidez, mesmo de porre.
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