sábado, 14 de outubro de 2017

ULTIMA RATIO



espreito o indefinido como quem morre outra vez
meus olhos carregam cinzas
seguem opacos, cansados
mas avistam a última barreira

um sussurro me confessa mistérios
demônios dançam libertos
tridentes na carne que sangra fustigam meus sonhos
que teimam existir

insisto
rasgo realidades com meu arpão de delírios
penetro o infinito como um bólido
abaixo do limiar, o desejo do verme me devora entranhas
mergulho-me

caminhos a escolher e um destino marcado
resta-me seguir e contar às estrelas

até a treva, seus derradeiros reflexos
haverão de me acompanhar

(Celso Mendes)


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