espreito o indefinido como quem morre outra vez
meus olhos carregam cinzas
seguem opacos, cansados
mas avistam a última barreira
um sussurro me confessa mistérios
demônios dançam libertos
tridentes na carne que sangra fustigam meus sonhos
que teimam existir
insisto
rasgo realidades com meu arpão de delírios
penetro o infinito como um bólido
abaixo do limiar, o desejo do verme me devora entranhas
mergulho-me
caminhos a escolher e um destino marcado
resta-me seguir e contar às estrelas
até a treva, seus derradeiros reflexos
haverão de me acompanhar
(Celso Mendes)
Nenhum comentário:
Postar um comentário