sexta-feira, 12 de julho de 2019

[Autismo Feminino] Filme: Loja de Unicórnios



O filme não se trata da passagem da juventude para a vida adulta. Não do jeito/modo que quase todo mundo transita.

O longa trata, de forma quase camuflada, o espectro do autismo em mulheres, e mostra como a mulher consegue - quando o autismo não faz parte dos níveis mais avançados - se adaptar ao mundo. Seja através da observação e da cópia de gestos e atitudes de outras mulheres, pelo fator Sociedade ou de uma autocobrança.

Tudo isso, e com a prática do que é visto e repetido, leva essa mulher com transtorno de espectro autista leve a um quase êxito de seus objetivos de transição (ou qualquer outro).

Pouco é falado sobre o autismo em mulheres, são raros os profissionais da saúde que conseguem identificar o autismo em meninas e mulheres, pelo fato de estar enraizado o manual de "sintomas" do autismo masculino. Isso faz com que muitas mulheres passem a vida com um diagnóstico errado.

O filme dirigido, co-produzido e estrelado por Brie Larson (primeiro filme dirigido por ela) talvez não receba as críticas pontuais com base nessa linha de interpretação.

Talvez quem conviva, ou viva na pele, com o autismo será capaz de perceber os "ritos de passagens", as ansiedades, a criação e desenvolvimento de processos criados pela própria personagem e entender como as mulheres com o espectro muitas vezes conseguem passar "despercebidas" neste mundo de tantas cobranças, mudanças, estruturas, complexidades e pressa.

Existem mundos incríveis dentro de cada um. Uns mais coloridos e complexos que outros. Todos merecem respeito, espaço (espaço é muito importante) e apoio.

Todas(os) nós lutamos para evoluir. O filme de Brie é isso... sobre evolução.
Camila Passatuto


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