Eu vi o copo mexer
eu vi a cortina gritar
e gemer e falar mal de mim.
Eu comi um pedaço da mão
eu pensei que era real
Eu vi a menina entrar
e a porta bater
como tambor de Xamã.
Ela mordia meu ventre
perseguia o Eu
que guardei tão bem,
Paranoide,
Cretina. Sou.
E rutilavam,
doces cordas
ao redor do pescoço,
cores que
a coruja me tomou.
Eu vi
e cantei piedade
no enquanto
de sufocamento,
tão mélica
ao vento,
fui.
Camila Passatuto
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