Ficou um mar de sangue
Svetlana Aleksiévitch
O que tenho
o não saber
o que move
o que me desenha
o que o sofrimento petrifica
sem magia ou beleza
do que Aleksiévitch se apodera
do que Chalamóv fala
da imagem de um tempo
gigantesca vala comum
de utopia e inocência
da culpa tão terrível
de todas as histórias
ser um homem-pena
diz Flaubert
penso que me pesa
desejar como Svetlana
ser a mulher-ouvido.
*
(2018)
RTD
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