sexta-feira, 12 de julho de 2019


Viaturas nunca intimidam a descarga de sangue quando o tempo fecha e não chove a mercê do rei.

Tente me esperar do outro lado.

Sei das tolices, esses brotos amarelos que nascem no entre de vielas abafadas a estourar chinelos gastos e cabeças raspadas.

Esse monumento talhado no metal, que alimenta nosso bando inteiro, diz que não sabe, não viu ou sentiu.

Quem sabe?

Teu olhar odioso dobra a umidade do alojamento. A vontade de sobreviver passou.

Tenho saudade dos fins de tarde, tempestade rasteira, vento de arrepentar linha de pipa, os redemoinhos de saci com fome de medo. E você escorada na porta de aço, lembra?
Ela toda cinza combinava - desrespeitosa e fiel - com essa tonalidade que o pé d'água impunha ao olhar teu.

Tudo passou pelo pé da soleira.

Grades finas não educam por uma noite.
É que quebrei o nariz de alguém, a mão ainda dói. Quando vi, olha só, a garrafa já rompia jugular. O que posso fazer?

Sei das filhas-tolices.
Tua boca borbulha rancor.

Presídio nenhum segura o vício por finais estupidos. E erro ao pedir um perdão rouco ou uma espera egoísta.

Apunhá-lo o manual das almas. O cheiro de esgoto envolve minha paz travestida. Juro força ao lúdico e devoro partes dos dedos ansiosos.

Tua boca borbulha rancor.

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Apago a luz. Sei do disparate.
Peço. Tente me esperar
do outro lado
- linda, calma e sã -

Virgem das noites em mim,
Salvação de tártaro
Filha de Dante.

E foda com Lilith
Na balbúrdia
Do fim,

Meu amor.

Sem dó.

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Artigo 121

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Camila Passatuto


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