terça-feira, 12 de novembro de 2019

DISSONÂNCIA


Renan Sanves  


Há dias em que não sai um verso que preste.
Há dias em que a cabeça se reveste de um branco
que não há santo da poesia que ajude.
Há dias em que por mais que se mude o método
o resultado não mostra alteração.
É uma aflição, um desconforto,
uma sensação de burrice.
Uma mesmice rondando as ideias.
Há dias em que a estreia
mais parece um ensaio descompassado
e o que resta é o enfado.
Mas mesmo com a falta de inspiração
eu me ponho alerta.
E nessa hora não sei se sou poeta
ou pateta.

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