quinta-feira, 28 de novembro de 2019

Máquina

Há uma opressão de girassóis
e primaveras
em meu peito

as ruas cheias
os mundos cheios
- de fato nada repleto

todos tropeçam
na falsa lua
de um velho relógio

aguardam a anunciação
na verde sala de espera enquanto
as coisas reclamam a voracidade de máquinas

e respiramos
borracha e cobre
e rostos queimados

no fundo do peito
um arranhar de giz
brota, como se um menino

ousasse caminhar
inexperiente pelos chãos
da via
mas ainda que pisasse
suavemente espelhos
irremediável seria aprender rachaduras

há uma rede de pescar
( rasgada ) no mar do meu peito.

Angel Cabeza

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