Há uma opressão de girassóis
e primaveras
em meu peito
as ruas cheias
os mundos cheios
- de fato nada repleto
todos tropeçam
na falsa lua
de um velho relógio
aguardam a anunciação
na verde sala de espera enquanto
as coisas reclamam a voracidade de máquinas
e respiramos
borracha e cobre
e rostos queimados
no fundo do peito
um arranhar de giz
brota, como se um menino
ousasse caminhar
inexperiente pelos chãos
da via
mas ainda que pisasse
suavemente espelhos
irremediável seria aprender rachaduras
há uma rede de pescar
( rasgada ) no mar do meu peito.
Angel Cabeza
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