terça-feira, 11 de setembro de 2012


"Há um cansaço da inteligência abstrata, e é o mais horroroso dos cansaços. Não pesa como o cansaço do corpo, nem inquieta como o cansaço do conhecimento e da emoção. É um peso da consciência do mundo, um não poder respirar da alma"
(Fernando Pessoa)

- Minha alma se sufoca gradativamente, pelo cansaço da falta de inteligência, que gera no humano iníquo um abstracionismo vivencial. Concordo com F. Pessoa quando ele frisa que esse é o mais horroroso dos cansaços. Minha consciência pesa pelo que deixei de fazer, ou de ao menos tentar, contudo, na inconsciência, fica a certeza que se mais não fiz foi porque não me deixaram. E aí, voltamos ao ponto de partida. Poderia ter sido belo, se ao olhar o rosto da foto pudesse eu ver o quanto de sabedoria que guardada em cada ruga foi transmitida e aceita por quem recebeu. Gosto de pensar que naquela foto, haveria um olhar de alegria, por saber que o mundo e a vida teriam sido melhorados e, portanto, ela havia cumprido a missão para a qual..., veio. No entanto, cada um de nós, que tenta, mas, não consegue; ca-da um de nós que faz, mas, não o suficiente, guarda dentro do olhar, uma tristeza quase infinda, mesmo que sem rugas..., como eu.

Olinto Simões

Nenhum comentário: