cada laço é força tramada por si mesma
mover q é movido sem saber ou querer
sem a doença de tudo mandar e desmandar
utopia e raiva rosnando ao redor sem reinar
sem eu sem persona sem materia sem deus
tudo q tramamos e nos trama somos nos
depois a hora estranha hora e essa mesma
q do jorro gera no olho caos e força
isso q não ha e é inteiro e sempre falso
o q se forma tecido de animo e agonia
guerra de corpos q a cobiça gera vida
rota crivada de sombras q se abre em luta
agora o todo o tudo q nos apavora
alem das palavras do sangue e dos afetos
se faz da mesma maneira so de corpos
pois não ha treva nem luz nessas travas
no quase q é ficção q é morte vida
q não seja nos mesmos na guerrilha
não é nada literatura nem tolo poema
não é sequer esses mitos de quase nada
nem ciencia nem loucura isso em volta
o martelo e a bigorna apenas todos nos
ardor criando mares estrelas a carne
toda essa terra seus verdes e azuis
e quando faltar toda essa potencia
tudo rola pro lado e fecha os olhos
sumindo como se nunca existente
agora agonia e agua fervente – o viver
esses sentimentos essa serpente mosca
q se dissolve nesse estomago – a fome
sem antes sem depois e esse agora só
q se dissolve sem ser e é todo sendo
gozo e pura alegria tragedia q arde
sem resto sem cinzas e sem ruínas
q a tristeza o ruido e todo sofrimento
não se separa e gargalha sempre uno
sem enigma sem misterio so os corpos
e tudo dai se propaga e se ignora e sai
inventando monstros como quem mente
não ha estrada esse fogo q se alastra
q não se nasce nem se morre e o medo
de viver e morrer é so engano e asco
isso q foge dos corpos e seus liquídos
de suas terras de seus ares agitados
sempre ação criando o todo momento
pois não ha senão nos mesmos e tudo
rodopia sempre sabendo mas se esgana
se assim não fosse não se escravizava
a si mesmo ou aos outros por tão pouco
sempre por coisas q se dissolvem sem ser
do corpo so o pobre aspecto e aversão
sem principio sem fim essas palavras
como todas as palavras são so palavras
não é preciso acreditar como se mais
nem menos o horror involuntaria trama
ilusão q prende e força a trabalhar não ser
como se assim fosse a vida e não o não
maquina tribal q ilusiona o real tudo
q somos porq somos sem ser e desejamos
com o viver seus risos e dores sim
Alberto Lins Caldas
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