domingo, 2 de setembro de 2012

maquina mundo


 cada laço é força tramada por si mesma 
 mover q é movido sem saber ou querer 
 sem a doença de tudo mandar e desmandar 

 utopia e raiva rosnando ao redor sem reinar 
 sem eu sem persona sem materia sem deus 
 tudo q tramamos e nos trama somos nos 

 depois a hora estranha hora e essa mesma 
 q do jorro gera no olho caos e força 
 isso q não ha e é inteiro e sempre falso 

 o q se forma tecido de animo e agonia 
 guerra de corpos q a cobiça gera vida 
 rota crivada de sombras q se abre em luta 

 agora o todo o tudo q nos apavora 
 alem das palavras do sangue e dos afetos 
 se faz da mesma maneira so de corpos 

 pois não ha treva nem luz nessas travas 
 no quase q é ficção q é morte vida 
 q não seja nos mesmos na guerrilha 

 não é nada literatura nem tolo poema 
 não é sequer esses mitos de quase nada 
 nem ciencia nem loucura isso em volta 

 o martelo e a bigorna apenas todos nos 
ardor criando mares estrelas a carne 
 toda essa terra seus verdes e azuis 

 e quando faltar toda essa potencia
 tudo rola pro lado e fecha os olhos 
 sumindo como se nunca existente 

 agora agonia e agua fervente – o viver 
 esses sentimentos essa serpente mosca 
 q se dissolve nesse estomago – a fome 

 sem antes sem depois e esse agora só 
 q se dissolve sem ser e é todo sendo 
 gozo e pura alegria tragedia q arde 

 sem resto sem cinzas e sem ruínas 
 q a tristeza o ruido e todo sofrimento 
 não se separa e gargalha sempre uno 

 sem enigma sem misterio so os corpos 
 e tudo dai se propaga e se ignora e sai 
 inventando monstros como quem mente 

 não ha estrada esse fogo q se alastra 
 q não se nasce nem se morre e o medo 
 de viver e morrer é so engano e asco 

 isso q foge dos corpos e seus liquídos 
 de suas terras de seus ares agitados 
 sempre ação criando o todo momento 

 pois não ha senão nos mesmos e tudo
 rodopia sempre sabendo mas se esgana 
 se assim não fosse não se escravizava 

 a si mesmo ou aos outros por tão pouco 
 sempre por coisas q se dissolvem sem ser 
 do corpo so o pobre aspecto e aversão

 sem principio sem fim essas palavras 
 como todas as palavras são so palavras 
 não é preciso acreditar como se mais 

 nem menos o horror involuntaria trama 
 ilusão q prende e força a trabalhar não ser
 como se assim fosse a vida e não o não 

 maquina tribal q ilusiona o real tudo
 q somos porq somos sem ser e desejamos 
 com o viver seus risos e dores sim 

Alberto Lins Caldas

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