A Berenice deve estar esperando com o café posto na mesa. O pote de margarina aberto, o pão fresquinho na cesta, o perfume do pão espalhado pela casa e aquela conversa dela, de quem não sabe o que fazer para agradar. Na verdade ela quer é companhia enquanto seu marido não chega no fusca amarelo. Pelo jeito ela está ansiosa. O marido foi conversar com Jozenildo por causa dos negócios dele. Sabe como é que é o Jozenildo vive arrumando a terra aqui e ali, está empenhado em melhorar suas verduras. E também a erva-mate que vem plantando há tanto tempo. - máquevida!- essa é a frase que Berenice repete enquanto prepara um bolo. Olha pra porta, espanta o cachorro, chama a nona e continua a bater o bolo. –mádiosanto!- ah, lá vem vindo ele! O marido de Berenice estaciona o fusca e, todo afobado, vem falando alto que o mundo vai acabar – Só pode!- é tanta gente nas ruas, parece até um formigueiro. Ele tinha ido buscar remédios para acabar com as lagartas da plantação. Josué, o marido de Berenice tirou o chapéu de palha da cabeça suada e foi contando da conversa que teve com Jozenildo e sua passada na Epagri. Rosto sulcado pelo sol ficou mais evidente quando sorriu. Sim senhor! As lagartas não estão dando folga. Berenice agora já pode servir o café. Seu marido já chegou, as crianças vêm lá no portão. Já estamos ouvindo suas risadas. Todos estão aqui. E isso é o mais importante.
De Mara Paulina Arruda.
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