domingo, 2 de fevereiro de 2014

Diga-me

Diga-me

Com que orixá tu andas, e te direi quem és.
Depois o vício, a febre, a fábula,
O espaço de inércia onde assenta estes companheiros invisíveis.

Bem sabes que isto não é nada.
Com o que tu te vestes,
Com o que tecerei algumas palavras simbólicas,

Mas penso que seria um bom começo, o primeiro bater na porta envelhecida dos sincretismos fatais.

Digo-te que muitas vezes caminho ao lado de Oxumaré.
Depois a piteira, a pista, a pitonisa,
Um deslizar pelas ruas escorregadias da madrugada urbana.

E continua sendo um nada.
O que me veste,
As palavras que me dizes.

Não me importa realmente o que as coisas são.
Importa-me o que arrastam consigo no seu dizer. Os magnetismos que se movem pelo mundo. As transformações.

...
Andréia Carvalho Gavita

(hoje, caminho também ao lado de Iemanjá, com a crina psíquica de um cavalo de madeira chinesa e em círculo de irmãs. no meio das rosas, lá do jardim da Casa das Rosas)

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