passo perto de estar certo
tateio o teto e dilato
o tato, o anseio do afeto
até ser torto de fato
e me abato e me arrebato
me debato á céu aberto
meio anjo, meio inseto
até ser torto de fato
morte é avesso de parto!
cadáver é quase feto!
passo longe de estar perto
e, certo de estar, eu parto
pelo caminho incorreto
com bom senso de insensato. . .
eu sonho alto . . . e desperto
torto, num autorretrato.
PAULO MIRANDA BARRETO
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