Desço as escadas do sagrado
para celebrar meus demônios.
E eles estão na janela de uma
casa na rua Cristiano Viana.
Foi ali que Nanau caiu da janela
e morreu.
Quero eliminar aquela rua
da minha vida. Quero apagar
essa dor resistente até hoje.
Mas a rua retorna,a janela não fecha.
E Nanau reaparece: no muro,
no quintal, na sala, no quarto.
Escrevo pra trazer você de volta
pra driblar essa tragédia instalada
em mim em dezembro de 1954
talvez pra salvar os destroços
do teu transitório pertencimento.
Rubens Jardim
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