quarta-feira, 30 de outubro de 2019

SIMPLES CANÇÃO DA VISITANTE





Poderá ser pleno dia,
como funda noite morta:
baterá docemente ou
com estrondo à minha porta.

Bem mais do que à porta, ao peito
chegará a visitante.
Plena nitidez que emerge
de antiga sombra insinuante.

E pedirei: pouse suave,
exile toda a amargura
e em meu coração se deite
como fonte de ternura.

Que assim seja. E me console
de todos os sonhos meus,
quando, num último abraço,
soprar-me seu nome: Adeus...


 • Ruy Espinheira Filho

    Publicação original: in Babilônia & Outros Poemas (2017)

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