segunda-feira, 28 de outubro de 2019

POR TER SOBREVIVIDO...



Foi na incerteza dos viajares
que oscilam...
foi lá na aspereza turva dos
ditos azares,
que se transformam em brumas...
Desesperado e em passos trôpegos,
corri pelas vias do desafogo.
E somente sentia fogo, fogo...
qual num jogo,
tentei desvencilhar-me dos ditos
malditos,
que aferiam-me dores.
Não me desatei das cores
e pude manter minha visão plena de lucidez.
Morri tantas vezes,que já nem sei.
Corri às cegas pelas entranhas
cabalmente estranhas,
de corações que desconhecia.
Foi doentio, ter que aguardar só,
nova semente e novo fato,
que por certo viriam,
com o nascer do dia.
Os pássaros deram-me o primeiro sinal.
Senti-me...
Mesmo trazendo marcas da noite do ontem,
consegui refazer-me nos raios de sol,
das emanações primeiras...
e aí sentei-me sob a sombra
das arvores inteiras,
e chorei com imensa alegria,
por ter sobrevivido.


 Josemir Tadeu Souza     



josemir (aolongo...)

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