© Nathan de Castro
Lá vai um poeta em seu traje de gala,
de terno, gravata e sapato apertado.
Parece o malando, só falta a bengala,
e a lua-cartola, minguante, ao seu lado.
Lá vai um poeta, e a calçada se abala
nas rimas concretas da cor do pecado.
Bem sabe o poema que a noite se cala
no alerta contido no quadro pintado.
Vai cheio de pedras buscar cantarinas
nos palcos das ruas de lua e estilhaços
e faz seu teatro valsando as esquinas.
Bailado em perfumes segue os descompassos
da música doce no olhar das meninas
e entrega-se aos sonhos de luzes e abraços.
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