sexta-feira, 25 de outubro de 2019

Dezembro paranóia


          


Na sacada de casa
vejo a rua alagada trazer esperança de não perder tudo

Árvores enforcadas com luzes vergonhosas comemorando não se sabe o quê

Primoroso mês de dar fim as coisas ou simplesmente cobrir-se bons sentimentos

Na prateleira vejo os rótulos baratos que não me dão

Peixe fresco nas sacolas com puxões dos pequenos querendo abraçar o caixa mais próximo

Ponteiros como morteiros nos meus olhos

Da desculpa recebida por quem nem fiz questão de estar

Amedronta esquivar e chafurdar no cinza?

Redson Vitorino   

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